Descubra neste artigo como melhor educar o seu gatilho Scottish Fold ou British Shorthair.

Entendendo a base relação com os gatos: A afeição (ame seu gatinho)

Ter um gato não significa deixar o animal livre para fazer o que quiser, gatos precisam de educação e limites.

A relação do gato com o humano não se baseia em subordinação ou dominação como ocorre com os cães. Portanto, os métodos usados com cães não costumam dar certo com gatos.

O gato apenas se importa e respeita o ser humano ou animal ao qual ele está afeiçoado. O gato não se sente subordinado ao dono, por isso, não espere que um gato obedeça com base no medo, na intenção de te agradar ou da violência.

É difícil alguém ter dominância sobre um gato, mas pode ter autoridade. E autoridade já basta para educa-lo. É necessário autoridade e inteligência, isto é, dedicação de tempo e de paciência.
Para um adequado vínculo de afeição é necessário desenvolver-se um padrão consistente de contato físico e visual com o seu gato, de modo que ele se sinta amado e também saiba quando algo não te agradar.

Uma vez que se estabelece um vínculo de afeição, o gato tende a observar e imitar o ser humano ou o animal ao qual ele se afeiçoa. É por causa desta observação que gatos acabam aprendendo a abrir portas, abrir geladeira e outras condutas que seriam exclusivamente humanas. Ele não está sendo esperto e sim um imitador.

Seu gato está de olho em você e provavelmente vai tentar copiar muitas condutas suas que lhe gerem algum benefício. Um gato dificilmente fará algo com a única intenção de agradar seu dono. O gato faz algo que lhe gere algum tipo de benefício ou recompensa: comida, carinho, brincadeiras, etc.

Reforçando sua autoridade

Existe um exercício geral para reforçar sua autoridade, cuja prática regular é recomendada:
– Pegue seu gatinho pela pele do pescoço (forma como a mamãe gato carrega seus filhotes), o que por si só já vai deixa-lo em estado de atenção;
– Deite seu gato de lado, preferencialmente do lado esquerdo do gato;
– Mantendo-o deitado de lado, coce sua barriga com leves (leves!) arranhadas.

Se tudo der certo, as perninhas dele vão encolher e ele vai ficar imóvel.

Faça este exercício de tempos em tempos para que ele lembre bem qual é o esquema na casa onde vive.

Lidando com um gato: tempo e paciência

Existem três formas básicas de lidar com seu gato:
a) reforço positivo, premiando quando ele faz algo certo,
b) punição quando ele faz algo errado e
c) uso de inteligência quando a punição se mostra ineficiente.

a) Reforço positivo: hora certa e coisa certa

O reforço positivo é muito eficiente, mas para isso é preciso que o gato efetivamente faça algo certo. Pode ser um petisco, um carinho ou até mesmo alguns minutos de uma brincadeira que o gato goste.

O reforço deve ser imediatamente depois do ato que se pretende encorajar, caso contrário o gato não fará a associação desejada.

E cuidado para não transformar o reforço positivo em chantagem: depois que o animal entender que você está encorajando o ato, depois que isso ficar bem claro, recompense algumas vezes sim e outras não, se não é possível o gato só fazer a coisa certa quando ganhar recompensa.

b) Punição adequada: jeito certo e hora certa

No caso de gatos que estão fazendo coisas erradas importantes, é necessário punir.

A punição tem que ser de maneira adequada e na hora em que o gato estiver fazendo o erro.

Se não da forma correta e não for na hora, não resolve e ainda causa mais problemas. Surra, gritos ou demonstrações de ira não tem qualquer eficiência com estes animais. Punir depois, de algum desastre feito também não adianta.

Se o gato perceber que você está se voltando contra ele, ficará chateado e passará a se afastar de você, te respeitando cada vez menos.
P
ara chamar atenção do gatinho, use sempre a mesma palavra, como um “não”; nada de frases longas ou seguidas de explicações para o gato sobre o motivo da briga, apenas diga não.
Nesta hora seja firme mas não grite. Se ele subir na mesa, por exemplo, diga “não” com um tom claro e coloque-o no chão. Ele vai insistir e subir de novo, repita a ordem e a ação, até ele entender que não vai poder ficar em cima da mesa.

Os principais métodos de punição são:

• Cutucada: O máximo de punição física que uma pessoa pode tentar de forma produtiva contra um gato é dar umas cutucadinhas de leve com o dedo na bochecha ou na cabeça do gato, como se estivesse imitando uma patada dada pela mamãe gato.

• Chiado: Se a cutucada de leve não resolver, tente o chiado. Trave sua mandíbula fechada e assopre com força. Vai sair um barulho, algo como um “fffffffttt”, similar ao ruído que os gatos fazem quando estão brigando ou se sentindo ameaçados. Alguns gatos são altamente responsivos a esse estímulo sonoro e param na hora o que quer que estejam fazendo.

• Borrifada: Nesta alternativa, quando o gato estiver fazendo o erro, você se aproxima sem olhar para ele, sem dizer uma palavra e borrifa um pouco de água no corpo do animal. Borrifa, vira e sai. Se o gato não perceber que o borrifo partiu de você melhor ainda, o ideal é que a punição tem esteja associada ao ato e não ao dono.

• Barulho de chaves: uma tática alternativa é jogar as chaves na proximidade do gato. O barulho das chaves caindo vai assustá-lo e ele não vai saber de onde veio, só vai associar que quando ele faz a coisa errada, cai algo barulhento perto dele. Ele irá evitar o ato causador do susto..

c) Uso da inteligência

Existem situações específicas onde o reforço positivo ou a punição podem não funcionar com tanta eficácia. Nestes casos existem soluções específicas onde a palavra chave é inteligência. Lembre-se, você é mais inteligente que o seu gato e use isso a seu favor.

Arranhar no lugar errado

O ato de arranhar dos gatos serve para o mesmo afiar as suas unhas tanto quanto para marcar sua presença. Ao arranhar o gato libera um odor por entre os dedos e o alerta de que ele esteve em determinado lugar.

Resolver o problema dos arranhões demanda vigilância e a execução de algumas ações.

Primeiro, quando o gato começar a arranhar um lugar inadequado, tente uma das técnicas de punição. Normalmente eles só reagem à última instância de punição (borrifada de água ou barulho de chaves), mas tente as mais leves antes. Você pode ter que repetir algumas vezes a ação cada vez que o animal começar a arranhar.

Segundo, uma ação que pode facilitar sua vida é comprar um arranhador e colocar nas proximidades ou até mesmo na frente do local onde o gato costuma arranhar. Geralmente, basta que ele esteja em um local visível que o gato acaba usando-o. É preferível os arranhadores verticais, pois os gatos gostam mais. E quanto mais alto, melhor. Gatos normais costumam optar aos arranhadores altos e esquecem do sofá.

Por fim, para não ter erro, espalhe uma erva chamada catnip, também conhecida como erva do gato no arranhador. Ele terá uma reação de fixação ao local.

Se ele ainda insistir arranhar um local errado, tem uma ação adicional: cubra a área arranhada com uma superfície bem lisa, pois gatos não acham graça em arranhar coisas lisas. Para isto, cole um papel contact provisoriamente ou prenda algo plástico Depois deixe um arranhador vertical à vista.

Xixi no lugar errado

Gatos costumam ser animais limpos e normalmente aprendem a usar a caixa de areia observando sua mãe, dispensando treinamento para isso.

Se isto não funcionar, nunca use de violência, pois seu ato está refletindo algum problema.
Existem dois tipos de xixi, aquele normal de quem está com a bexiga cheia e outro usado pelos gatos para efetuar uma marcação de cunho sexual. Para cada um deles há soluções diferentes.

Para o caso do xixi de bexiga cheia:

• certifique-se de que o banheiro do seu gato está adequado às suas necessidades: a caixa de areia deve estar sempre limpa e estar a uma distância considerável do local onde o animal come e dorme, pois gatos não fazem suas necessidades em lugares sujos ou perto de onde comem e dormem.

• se tudo está certo no passo anterior, use de um método condicionador: confine o animal em um espaço pequeno, onde de um lado esteja sua cama e comida e do outro o banheiro. Nesta situação ele necessariamente irá usar a bandeja de areia. Depois de alguns exercícios ele estará condicionado.

No caso do xixi como marcador sexual, que é efetuado tanto por machos como fêmeas, pode ser resolvido com castração.

Medo de barulho e de coisas

Alguns gatos podem apresentar medo de alguma coisa: barulho, vassoura, violão etc. Não reforce o medo do seu gato. É comum que as pessoas por pena peguem o animal no colo, o acariciem, o confortem e com isso acabem reforçando a certeza de que aquilo deve ser temido.

O correto é fazer uma espécie de terapia de dessensibilização. Exponha o animal a uma modalidade muito fraca do estímulo, fraca o bastante para que ele possa tolerá-la Com o passar do tempo vá aumentando gradativamente o barulho até que ele se acostume.

Medo de banho

Se seu gato não gosta de tomar banho, isto é algo normal. Gatos não são afeitos a água, sobretudo a situações de imersão.

Os gatos, assim como os cães, tem dificuldade em manter o equilíbrio térmico do corpo, ou seja, quando seu corpo fica muito mais quente ou frio do que o normal isso lhes causa um grande mal estar e dificuldades para reestabelecer a temperatura correta. Por isso, não se dá banho frio em gato. Sua temperatura corporal oscila entre 38 e 39°, banho frio representa uma tremenda agressão durante e depois. Use sempre água morna em um ambiente adequado.

Pessoas e animais novos na casa

Gatos nem sempre costumam apreciar estranhos, não raro se escondem ou até mesmo se comportam de forma agressiva. Não espere que visitas ou estranhos consigam algo de imediato do seu gato.

Se você tem uma nova pessoa em sua casa é preciso apresenta-los. Existe um pequeno método para ajudar este processo.

Os gatos exalam um cheiro na área das suas bochechas, usado para marcar seu objeto de sua afeição. Esfregue um algodão ou uma gaze na região que vai do canto da boca até as orelhas do bichano e depois esfregue este algodão na barra da calça ou nos tornozelos da pessoa que está na sua casa. Espere o gato se aproximar e quando ele o fizer, o intruso deve ficar imóvel para não assustá-lo.

Repita o processo algumas vezes. Com o tempo o gato vai sentir repetidamente essas marcas de afeição na pessoa e passar a tolerá-la melhor.

Mexendo em coisas proibidas

O ideal é tornar as coisas proibidas desagradáveis, por exemplo, gatos não suportam determinados cheiros, como casca de laranja, e detestam coisas que colam nas suas patas.

Se ele anda afiando as unhas no seu sofá, tente colocar fita dupla face no local, é bem possível que ele desista e vá procurar outro lugar.
Da mesma forma, se ele estiver mexendo no lixo, pense em comprar uma lixeira impossível de abrir; em pouco tempo ele perde o interesse e deixará seu lixo em paz;

Educando com o brincar

Use a hora da brincadeira e os brinquedos como recompensa para estimular bons modos. Boa parte do mau comportamento de um gato pode ser originada do tédio.

Gatos são brincalhões por natureza. Mantenha o ambiente em que o bichano vive rico em atividades e acontecimentos, como mudar o local da comida, esconder o alimento de vez em quando e oferecer brinquedos (bolinhas de ping pong e de papel, por exemplo).

Brincadeiras e exercícios devem ser feitos antes de alguma das refeições diárias do animal. Um petisco jamais será atraente para um gato que acabou de comer. Por outro lado, um gato faminto não vai conseguir prestar a menor atenção no quer que seja, muito menos em você.

Embora adorem brincar, gatos se desinteressam rapidamente. Mantenha as sessões diárias de treinamento e de brincadeiras curtas e, de preferência, sempre no mesmo horário;

Não deseduque o seu gato

É muito comum o próprio dono estimular comportamentos indesejados.

Digamos que você alimenta seu gato quando ele mia. Rapidamente ele aprende que sempre que estiver com fome basta miar que será alimentado. Digamos também que esse ritual costuma acontecer todos os dias às 6h da manhã: não espere que ele desista de miar até conseguir comer só porque é domingo e você queria dormir até mais tarde.

Adestramento

O método de adestramento de um gato é inverso ao do cachorro. O gato vai fazer o comando espontaneamente (quando ele quiser) e depois que ele o fizer você dá o comando e recompensa.

Por exemplo, você quer ensinar seu gato a sentar. Você deve esperar que o gato sente voluntariamente, quando ele tiver vontade. Logo depois que ele sentar você diz o comando “senta” e dá um petisco.

Se preferir, pode fazer um gesto também, gatos costumam responder melhor a linguagem corporal do que a palavras. Toda vez que ele sentar você dá o comando e o petisco. Vai chegar uma hora, depois de repetições, que ele vai entender e quando você der o comando ele vai sentar sozinho.

Recompense, mas não para sempre. Quando ele fizer o comando sem a menor dificuldade recompense algumas vezes sim, outras não para não virar escravo de recompensa.

Lembre-se: o gatinho não deve fazer o que ele quer, o gatinho tem que se adaptar às normas de convivência e higiene de quem convive com ele e paga as contas da casa.